sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Livre

Respiro fundo… Bem fundo… Hoje sinto-me livre, somente hoje e neste instante. Somente hoje porque o amanhã eu não conheço, e não sei se me voltara a aprisionar. Sinto o cheiro do mar a invadir os meus pulmões, o vento a brincar com o meu cabelo. A agua a gelar os meus pés, tenho frio, mas não me importo, porque aqui a beira-mar me sinto livre. Penso em tudo o que deixo, e sinto que não deixo nada, afinal tudo se resume a está mala comigo trago, tantos anos resumidos a uma mala, incrível não é? Como um passado cabe aqui dentro, chego a conclusão que afinal não havia nada importante a acompanhar-me este tempo todo, e isso faz-me sentir só, extremamente só. Tento alcançar um raio de sol, mas hoje sei que ele não vai brilhar. Hoje o tempo está como eu gosto, cinzento, soprando uma brisa forte que me faz sonhar, sonhar que me vai levar para outro lugar. Para onde não sei ainda, não tive tempo de pensar para onde me irei levar, estive demasiado ocupada a pensar em como me sinto bem assim livre. A alma quase me parece sair do corpo para com o vento dançar… Quem sabe se um navio aqui atracar eu não embarcarei numa viagem. Ou quem sabe não poderei voar nas asas de um pássaro qualquer. Por enquanto deixo-me bailar ao som do vento, deixo a agua lavar o meu pensamento. Por enquanto vou aqui ficar e sonhar que sou livre. Sonhar que sou vento, que sou areia, que sou o mar, que sou um pássaro que pode voar.
(Uma mera ilustração a imagem)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Incrivelmente estúpido.

Bem eu todos os meses compro a revista Happy Woman, porque gosto de rir a gargalhada com os temas e com os depoimentos. Se são verídicos ou não eu não faço ideia, mas que me divertem bastante lá isso divertem mesmo. Mas a deste mesmo deixou-me a modos que chocada, pelo menos um dos temas. Quando comecei a ler até achei que deveria ser brincadeira e que não era possível de maneira nenhuma este artigo ser verídico, mas hoje com mais tempos pus-me aqui a pesquisar na Net e quanto mais pesquiso mais incrédula fico.
O tema é o seguinte: Ser mãe a brincar.
E o artigo começa assim. Sentada na relva de um jardim londrino, desfruto de umas das últimas tardes de sol antes da chegada do Outono. Entre pessoas a fazer jogging ou a patinar e casais a namorar, avisto um grupo de jovens mulheres com os filhos, as crianças correm de um lado para o outro, enquanto elas, sentadas num banco, parecem aproveitar para alguns momentos de conversa. No grupo há uma mulher que chama a minha atenção. Não por ter no colo um bebé muito pequeno, que parece adormecido, mas pelo facto de parecer ausente daquela tarde animada de sábado. A minha curiosidade obriga-me a ficar mais atenta. Estranho o facto de nenhuma das crianças, sempre que se aproxima das mães, se inclinar para espreitar o bebé e também noto que nenhuma das mulheres parece muito atenta a ela. A conversa entre o grupo contínua animada e as gargalhadas vão subindo de tom, o que me faz antever que o bebe acorde com o barulho e a confusão. Mas não. Permanece, aparentemente adormecido, no colo daquela que imagino ser a sua mãe. Com a chegada da minha amiga, desvio a minha atenção. Parte de mim, porém não consegue deixar de estar atenta para os movimentos do grupo. Pelo canto do olho vejo as outras mulheres a chamarem os filhos, que continuam a brincar alegremente, e a prepararem-se para abandonar o parque. A mulher sentada com o bebé no colo levanta-se, tira uma manta de um saco e aconchega o bebé, que continua sem fazer qualquer movimento. Partilho a minha curiosidade com a minha amiga, que rapidamente percebe uma realidade à qual eu nunca chegaria, pois para mim era totalmente desconhecida até aquele momento. Aquela mulher não tinha no seu colo um bebé real, mas sim um Reborn Baby… Os Reborn são bebés que não crescem, não choram, não mamam. Não tê, cólicas, não ficam doentes, não precisam de educação, nem dão trabalho. Desvantagem: não são reais! Estes bebés simulam o batimento cardíaco, a respiração e até têm o peso aproximado de um recém-nascido. O realismo é conseguido a partir de diferentes técnicas de pintura e coloração, para imitar a pele de um recém-nascido humano. Os bebés são feitos um a um. Estes bebés estão a venda na Internet, não passam de bonecos, mas o seu realismo impressiona. O preço varia entre os seiscentos e os quatro mil euros, da encomenda a chegada do bebé a casa, a futura «mãe» tem de esperar no mínimo 30 dias. Site: http://www.reborn-baby.com/ .
E quem compra um bebé desses? Descubro que a maioria das clientes é constituída por mulheres que preenchem um vazio, procuram descobrir o que é ser mãe e avós que sentem saudades dos seus netos na fase mais precoce da infância Vou a procura de respostas e encontro-as rapidamente. O psicanalista Edson Saggese, que já estudou o fenómeno dos bebés Reborn, não têm dúvidas em defender que há maneiras mais produtivas de canalizar a dor provocada por uma ausência ou por alguma carência afectiva, como cuidar de crianças carenciadas. «As pessoas hoje tendem a procurar num espaço muito privado essa satisfação, que pode ser guardada ou descartada com uma boneca. Os relacionamentos exigem um compromisso maior.» Na realidade, os bebés Reborn são uma possibilidade de fantasiar para os adultos. Ao darem-lhes nomes, vestirem-nos e decorarem-lhes quartos, as pessoas distraem-se e simulam a existência de uma vida no meio familiar.
TESTEMUNHOS Em são Paulo, Cristina, empresária de 34 anos, prepara a família para a chegada do segundo filho bebé Reborn. O primeiro foi um presente para a filha de 9 anos, mas a empresaria não resistiu á ternura do bebé Reborn e acabou desfrutando dele mais do que a filha. «Comprei-lhe muitas roupinhas e até acessórios. Para mim é terapêutico abraçar aquele bebé, já que não posso voltar a ser mãe. Agora, um ano depois de adoptarmos o Reborn David, decidimos encomendar uma menina.» Em Nova Iorque, Jennifer, uma arquitecta de 35 anos, está muito entusiasmada com o passo que deu de adoptar um bebé Reborn. Fê-lo por desejar experimentar ter um bebé em casam sem ser mãe. «Todas as minhas amigas estão naquela fase em que só falam dos filhos. Comecei a sentir-me excluída das conversas delas e como ainda não decidi ser mãe, achei que a melhor solução era experimentar a alegria de ter um bebé em casa. Fui a Internet, escolhi o sexo e as características físicas do bebé, fiz a encomenda e, agora, aguardo ansiosamente o momento em que o levarei a passear pelo Central Park juntamente com as minhas amigas e os filhos delas». Em Londres, a gestora Katherine de 30 anos, aguarda ansiosa a chegada de Sophia, o primeiro membro Reborn da família. «Tenho uma família muito pequena onde não há perspectivas de existirem bebés e um trabalho muito exigente que não me deixa tempo livre para conviver com os filhos dos outros. Por isso, dada a minha nula experiência com bebés, decidi encomendar um, para descobrir se realmente terei vocação para ser mãe».
Ai… caramba expliquem-me como se eu fosse muito burra… Em que Realidade esta gente vive??? Será uma realidade ou moda? O que leva mulheres aparentemente bem sucedidas na vida a comprar e a cuidar de um bebé falso como se do seu próprio filho se tratasse? Decoram quartos, compram carrinhos e outros acessórios e roupas e planeiam ansiosamente a chegada de um bocado de plástico para irem passear ao parque com as amigas??? Tentam transformar em vida aparente o que não tem vida nem nunca ira ter??? Acho que devem ter devorado demasiados filmes do Frankenstein … Fiquei estupefacta com isto… Como acham estas mulheres que um bebe de plástico, que não chora, não come, não se muda fraldas, não têm cólicas, não faz um piu as podem preparar para ser mães??? Mas anda tudo a ficar maluco ou a regredir a infância onde quando éramos crianças acreditávamos que os bebes eram reais, e até havia que os leva-se aos hospital dos brinquedos para colarem as cabeças ou os braços que se iam partindo… Como pode haver afectividade desta forma para com um bebé falso, só posso concluir que está gente anda emocionalmente muito frágil ou louca. Com tanta criança abandonada em lares, desejosas por serem adoptadas, para terem um carinho e uma casa e andam estas mulheres a comprar bonecos para brincarem as mães. Isto é uma aberração completa. Realmente por mais que tente compreender ou entender não consigo… não consigo mesmo…

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Vícios , superstições e medos.

Vícios , superstições e medos.
Vícios que os não têm???
Eu tenho alguns bons e outros menos bons.
Sou viciada em livros… (mesmo que não os leia todos, compro muitos)
Sou viciada em botas e sapatos… (de todas as cores e de salto alto)
Sou viciada em café… e digamos que em cigarros também (um mau vício, eu sei)
Sou viciada em chocolate, de todas as formas, cores e tipos… digamos que sou uma chocaólica.
Sou viciada no riso e nos amigos.
Sou viciada em borboletas… mas isso não é novidade para ninguém.
Ai tantos vícios, é melhor ficar por aqui se não ninguém me aguenta.
Mas o meu maior vício e o qual sem ele não passo… melhor sem eles não passo são os nos meus pequerruchos e no meu Rei…
Superstições tenho algumas, mas não sou demasiado crente …
Não gosto de ver gatos pretos numa sexta-feira 13, nem de passar por debaixo de escadotes, mas para ser sincera nunca vi nenhum gato preto numa sexta-feira e nem tive de passar por debaixo de nenhum escadote…
Mas medos tenho sim… e muitos… sou uma mariquinhas pé de salsa…
Odeio, tenho pavor, não posso ver, se vir fujo ou passo bem, bem, bem longe… das aranhas…. Sejam de que tamanho forem….
Tenho medo do escuro… e se vir um filme de terror, minguem me tira da cama até ser dia… Tenho medo da trovoada… do mar quando está bravo... de andar sozinha na rua a noite.
Tenho um medo estúpido para a minha idade, tenho medo de envelhecer, não é medo de ficar com rugas ou de cabelos brancos, ou de ficar menos atraente, pois contra isso não há ninguém que possa lutar, mas tarde ou mais cedo isso vai acontecer, tenho medo de envelhecer devido a solidão… ao desprezo ao desrespeito .
Hoje pelo que vejo, os velhos não tem lugar em lugar nenhum, ninguém quer saber deles… Depois de passarem uma vida a cuidar dos filhos e depois dos netos, acabam por ser despejados em lares, quando não são abandonados nas suas próprias casas ou nas ruas, fim triste para quem levou uma vida a lutar para amar e dar carinho e agora que são eles que precisam não têm onde ir buscar um pouco de conforto ou carinho. Isso deixa-me triste e assustada… com medo de envelhecer.
Bem e já chega por hoje.