quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Desculpa lá a minha ousadia, Pai Natal.

Sabes Pai natal começo a achar-te cada Natal mais estranho...
E não estou a falar do teu aspecto, pois esse mantém-se igual de ano para ano, deves gastar uma pipa de massa em plásticas… aposto que utilizas a mesma clínica que o Castelo Branco...
Desculpa lá a minha ousadia ou o mau feitio da minha parte, mas Pai Natal tu és um bocado abixanado, com esse fatinho vermelho, com botas pretas de cano alto e luvinhas brancas, não há outro nome que me venha à memória alem desse… é estranho muito estranho… além do mais é muito suspeito o que tu fazes com as criancinhas.
És suspeito, pronto… primeiro alicias a pequenada com presentes e em menos de nada já as estás a sentar no teu colo.
Sim, eu não sei se faria melhor, até porque há umas quantas que apetece sentá-las no colo mas de rabinho virado para a lua e enchê-lo de palmada. Pelo menos nisso admiro-te: na paciência.
E depois… cadê a Mãe Natal?
Alguma vez alguém viu a Mãe Natal???
Não, pois não… ora ai está as minhas suspeitas confirmam-se, mas como raio tu ocupas o teu tempo o ano inteiro, se nem uma companhia feminina tens??
Pensando bem, até sei porque é que vens todos os anos com o teu ho-ho-ho… é natural.
Ninguém se lembra de ti o ano inteiro e depois vens com esse riso cínico de como quem diz: sentiram a minha falta, não foi?
Não chorem mais, eu cheguei.
Se fosses pelo menos um daqueles Pai Natal calendário Pirelli mas versão masculina...
E já se torna uma chatice apareceres todos os anos quando já está mais que visto que já devias pousar as botas. Reformares-te, sabes? Tens que idade? Nem tu deves saber, já que ninguém te conhece pai ou mãe, como podes saber quando nasceste? Talvez venham daí todos os teus traumas.
E convém dizer-te que só por tua causa, gasto um horror de dinheiro. Se fôssemos na cantiga de que o Natal é quando um homem quer, estava eu bem fo****.
Mas claro que tu pouco ou nada queres saber disso… deixaste-te estar aí na tua lareira o ano inteiro, as escravas das renas é que se matam a trabalhar… e tu, que nem menino Jesus, no sofá estendido, no sofá deitado… só assim se pode chegar a esse estado barrigudo a que tu chegaste. Pobre Rodolfo… nem sei como é que ele te aguenta... Mas adiante…
Quero dizer-te que este ano não te venho pedir nada. Até porque já me provaste que não és capaz de realizar qualquer desejo meu, se não fosse eu a realiza-los estava bem lixadinha da vida. Realmente não sei o que é que tu tens contra mim, pois a minha amiga quando te mandou um postal a dois anos a fazer um pedido, tu atendeste-a logo e em triplicado… mas que raio… não me digas que não tinhas a certeza da morada e pelo sim pelo não enviaste três vezes em embalagens diferentes….
Mas bem, o que te quero dizer é que gozes muito bem este teu último ano de mandato.
No próximo ano, quem vai concorrer à presidência sou eu… desde que haja uma cláusula que me permita continuar a viver no meu país e é se me querem ainda viva até ao ano seguinte.
Quando me aplico, sou boa , mas mesmo, mesmo boa, naquilo que faço.
Vou concorrer às eleições. E mais: vou ganhar… que eu não faço a coisa por menos. Foi um prazer conhecer-te… sempre me fizeste rir umas quantas vezes. Ahhh e nas mudanças, podes levar a roupa… ela não me serve de qualquer maneira…
Estou tão entusiasmada… podes aproveitar e ir avisando as criancinhas que no próximo ano têm que escrever: Querida Mãe Natal… vai ser giro, não vai?
Quer dizer, se calhar tu não vais achar muita graça, mas é para estares no meu lugar uma vez na vida.
E até vais gostar, palavra de Borboleta.
Vais ver que vou ser uma Mãe Natal à altura desse trono…

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